Os 10 discos...

Criei o blog ha algum tempo, de certa forma convencido por minha esposa e minha filha e por uma junção de fatores até hoje (2/11/14) não havia publicado nenhum texto.

Recentemente meu amigo Pablo fez uma lista com os 10 discos mais significativos de sua coleção e convidou a mim e outros amigos para fazermos as nossas.
Aproveitei a oportunidade e ao invés de publicar apenas em redes sociais, resolvi fazer um post diretamente no blog e daí começar a divulgá-lo.

O texto abaixo fala (superficialmente) sobre alguns discos (não necessariamente 10) que de alguma maneira marcaram minha história e mudaram minha vida musical para sempre.



Os discos não estão na ordem exata em que os ouvi, mas todos tiveram importância em minha formação. Seja despertando para um novo estilo, seja para conhecer o trabalho de um grupo específico.

Ótima leitura!

NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA – Ultrage a Rigor (1985) / RADIOATIVIDADE – Blitz (1984)
“Já” com 10 anos de idade, fosse na TV, em programas como Som Pop da TV Cultura, ou mais à frente no Realce da Gazeta, ou ouvindo rádio, já tinha contato com rock que, desde idade muito tenra me chamava a atenção. Mas foi com esses discos que chegaram a mim pelas mãos da minha irmã  mais velha Andréa, que pela primeira vez sentei-me à frente da vitrola com o encarte e letras em mãos e ouvi seguidas e seguidas e seguidas vezes, até decorar todas as músicas.
Resultado: EU GOSTO É DE ROCK!

DOIS – Legião Urbana
À essa altura já tinha algumas fitas cassete com coletâneas que iam de Legião Urbana (1), Titãs, Scorpions (ok, ok... com 11 anos de idade “rock era rock”...) e outras coisas.
Um dia minha irmã Adriana pegou emprestado (para nunca mais devolver) esse LP. E mais uma vez em minha vida parei. Parei, abri o encarte de cor bege encardido, e, música após música, letra após letra, tudo aquilo foi tomando forma na minha cabeça, como quando viajamos lendo um livro.
Hoje, quase 30 anos depois, não consigo ouvir esse disco sem aumentar o volume em músicas como Andréa Dória ou o hit Tempo Perdido. Andréa Dória entraria fácil em meu top 10 das músicas mais marcantes em minha vida até hoje.

OK COMPUTER – Radiohead
Já era fã dos caras. Esse grupo foi daqueles que tive oportunidade de conhecer no primeiro álbum e acompanhar disco a disco as mudanças e a evolução. Mas foi nesse disco aqui que pensei: “Cacete... o lance vai  muito além de um grupo “indie-garage-rock” elaborado.  Paranoid Android, Karma Police, Lucky, Exit Music...
Um divisor de águas e vê-los AO VIVO foi uma das minhas experiências mais marcantes em shows.



THE QUENN IS DEAD – The Smiths
Sim… é o  disco onde os hits estão no lado B. E praticamente em sequencia...
The Boy With The Thorn in His Side, Bigmouth Strikes Again, Theres a Light That Never Goes Out…
Mas foi a terceira faixa do Lado A, que mudou minha concepção sobre a banda. “I know It’s Over” é daquelas canções (como outras já citadas) que até hoje me fazem abrir o volume...
“Oh mother, I can feel... the soil falling over my head...”
É a trilha sonora do fim. E aí, escolha você fim de que…

FIRST AND LAST AND ALWAYS – The Sisters of Mercy
Algumas músicas desse disco faziam parte de um cassete que peguei emprestado na adolescência.
Quando ouvi Andrew Eldritch e sua trupe, mandando músicas como Black Planet, tive um “estalo” e pensei: “É isso... Esse é o som que eu gosto”.
Até hoje toca por aqui e em festas esporádicas onde faça a discotecagem, ainda toco algumas faixas desse álbum.



CLOSER – Joy Division
Joy Division foi o grupo que acabou fazendo sentido para mim mais tardiamente.
Acho que o amadurecimento e os pensamentos cada vez mais incomodados com o "mais do mesmo" em que vivemos, acabou causando essa identificação e ao "reouvir" os álbuns, tudo fez sentido em minha cabeça.
Ouça “Decades”. Não cabem outras explicações...

THE WALL/ DARK SIDE OF THE MOON – Pink Floyd
Pink Floyd é a contradição do meu gosto musical.
Não... não gosto de classic rock, nem tampouco do progressivo dos anos 1970.
Mas esse sem dúvida é uma das exceções e em contrapartida, um dos grupos que mais gosto e admiro.
Ouvir músicas como Confortably Numb, Mother e Time no início da adolescência, me fez aos poucos ir atrás do trabalho do grupo e sua discografia habita lugar cativo em minha coleção.

CHERRY TREE – The National
Em pleno ano de 2013, quando raras coisas atuais me chamavam a atenção, me deparei com Cherry Tree. É a junção de tudo que gosto em música, com direito a um vocal marcante e músicas hora intimistas, hora grandiosas.
Depois desse a coleção só aumenta.

THE SERPENT'S EGG – Dead Can Dance
-Mas Junior… Que estilo toca esse grupo?
-Veja bem...
Esse não da pra rotular. Acho que impactante e emocionante são boas palavras para definir a primeira faixa desse álbum: The Host of Serafin é para ser ouvida em volume alto, em local silencioso e sem interferências externas.
Recomendo também a audição de Into The Labyrinth. Talvez essa seja uma boa maneira de se introduzir na discografia do grupo.

TITLED – Mecano
Anos depois de conhecer grupos de gothic rock, bem como do post-punk como Joy Division, Echo & The Bunnymen, Siouxsie e outros, numa noite na casa noturna Television, acompanhado de alguns amigos, dentre eles Wilians e Nelson, em meio a uma conversa no bar, ouvi Links rolando na pista.
Outra onde não cabem maiores explicações. Se tiver interesse, busque, ouça (alto de preferência) e depois conte o que achou.



SONGS OF FAITH AND DEVOTION – Depeche Mode
Do Technopop dos anos 80, eis que os caras envelheceram um pouco, ficaram mais depressivos e lançaram (para mim), um dos melhores álbuns de sua carreira.
“Canções de Fé e Devoção” tem um pé no rock, com distorções e algumas guitarras sujas em sua construção. Foi um divisor de águas para o grupo, fazendo-os incluir um set de bateria acústica em seus shows, tocada por um de seus ex-integrantes Allan Wilder. Essa atmosfera ajudou o grupo a se consagrar e trouxe mais fãs de rock para sua música.

Para mim, o grupo de música eletrônica com atitude mais rock n roll da música. Rockers, junkies e mais excêntricos que muitos grupos formados por baixo, guitarra e bateria.

INTO THE WILD – Eddie Vedder
Sempre gostei de Pearl Jam, mas nunca fui aquele fã ardoroso.
Um dia, por indicação de amigos, assisti ao filme Into The Wild e fui fisgado pela trilha sonora.
Impossível ficar indiferente a Long Nights logo no início do filme. O que vem depois é “apenas” o complemento do filme. Ou seria o filme complemento da trilha? Enfim...
Itens obrigatórios para quem gosta de MÚSICA e CINEMA.

E você? Quais discos fazem sua cabeça?

Abraços e até a próxima.
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Wilton é casado com Tatiana e pai de Carolina e do cão Floyd.
Divide seu tempo livre entre a família, seus discos de vinil e seu violão.
Escrever é apenas um de seus hobbies. Mas junto com a música, sem dúvida essa é uma das maneiras mais sinceras de dividir com o mundo, o mundo que o habita.

Comentários

  1. Hahahaha... man, ficou fantastico tanto o set qt as descrições e explicações... Legal ainda foi ter feito parte dessa história musical com vc e claro outros amigos tbm.
    Parabenizo-o pelo blog e eu , sendo seu irmão adotivo agradeço, ainda hoje, por todas dicas e trocas de idéias musicais e de vida que tivemos e graças a Zeus ainda temos. Os irmão que escolhemos são os mais importantes em minha opinião e dentre os que eu escolhi vc é o mais velho e sendo assim permanence o respeito , admiração e cumplicidade entre nossas viagens mentais.... Desde cachorro quente com Toddy.... passando pelos porres de pinga pura.....pelas fraudas da Carol, e amadurecendo com um bom Scotch ou uma boa cerveja, como é de sua preferência, ao lado da familia que vc escolheu pra ficar em paz ( um parenteses para vc Taty e Floyd..rs).... ainda vem muita história pela frente.... parei pq já ia começar dar vexame no trampo...kkkk. Se cuida...do seu irmão Wilians Afonso

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  2. Sem duvida um dos melhores textos que já li.
    Admiro muito seu amor por musica e repito sempre que você me ensinou a diversificar o meu gosto, não que eu tenha deixado de gostar de Bon Jovi rs, pelo contrario, mas comecei a ligar os nomes as pessoas, os cantores às musicas que eu gostava mas não sabia quem era...rs...e novas bandas que você me apresentou, desde Eddie Vedder, Glen Hansard, Damien Rice, Depeche Mode, Agua de Annique, entre outros.
    Adoro a nossa vida de shows (e vai aí uma sugestão de novo post...”os nossos shows”), adoro a nossa sala quem tem cara de estúdio rs, cheios de aparelhos, cds e vinis que não cabem mais na estante e estão ocupando cada vez mais os cantos da nossa casa argghhh, e a sua paciência para me explicar e fazer entender os ritmos, os cantores e propósitos.
    Ah, Willians Afonso, adorei o comentário, e por não ter me esquecido e o Floyd...é isso aí gente, o amor por musica é tão grande que até o nosso cachorro é o mais rock’n roll do planeta...Floyd :)
    E Wilton B Junior, parabéns pelo trabalho e tenho certeza que vão sair muitos e muitos mais textos interessantes iguais a esse.
    Te amo!

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  3. O legal disso tudo é que muita coisa eu assisti de camarote. A sua evolução. Desde o aparelho de som que vc "destruía" as agulhas fazendo aquele barulhinho com os vinis que quase enlouqueciam o papai...rs. Ah!! O meu vinil The Queen is Dead também foi uma doação do meu saudoso amigo Junior...rs

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  4. Parabéns e que venha mais! Texto massa bem de boa é isso aì

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  5. Wilton, temos algumas coisas BEM em comum: também não gosto de classic rock, nem tampouco do progressivo dos anos 1970...rs
    Gosto de Smiths,mas definitivamente não faço questão de ter toda a discografia da banda hoje...já tive.
    Quanto ao Dead can Dance, há um grupo do Facebook chamado "Vinils e Lp´s colecionadores" do qual faço parte. Coloquei uma foto do meu exemplar deste disco este fim de semana - que coincidência!...é muito bom este grupo do Face. Porém, fiquei empolgado com o vinil do Dead chamado "Spleen and ideal" que é MUITO superior a este.
    Bem, parabéns pela lista - assisti a Ultraje e Legião no auge em 86 aqui no Rio...tenho muitas estórias e histórias...Abs!

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